Terapia Analítico-Comportamental em Grupo

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Descrição

Um livro sobre terapia comportamental de grupo traz, certamente,
diferenças marcadas pela prática clínica dos autores. No entanto, mostra
a explosão de uma ideia e a maneira de trabalhar. Partindo de princípios
estabelecidos em laboratório, em 50 anos do século passado, foi possível expandir
esse conhecimento para uma tecnologia e aplicação em humanos. As variáveis das
quais o comportamento é função mostraram que as causas do comportamento
eram externas, e que a genética e a história pessoal explicavam o desempenho num
determinado momento. As inferências para explicar o mundo privado de uma
pessoa são questionáveis. A própria pessoa não conhece bem seu mundo privado
e, por isso, temos tantas abordagens na psicologia.
Em um contexto com várias linhas teóricas tentando explicar, de maneira
diversa, a vida mental e trabalhando com essas explicações, surgiu um conjunto
de pessoas pressupondo que o conhecimento dos princípios comportamentais
permitiria a formulação de hipóteses clínicas para a adaptação da pessoa. De
fato, a pessoa pode se modificar identificando as variáveis ambientais das quais
o comportamento é função.
Nesse contexto, proceder-se à terapia de grupo fazia sentido, pois era
possível, com os princípios de aprendizagem, explicar comportamentos na
situação natural. O grupo propiciava uma situação de aprendizagem melhor
que a terapia individual para adquirir comportamentos, por meio da imitação,
reforçamento social dos participantes, incluindo-se o próprio terapeuta, uma
vez que as situações sociais ocorrem naturalmente durante o tratamento. Além
disso, vivenciar as consequências do comportamento emitido em uma situação
de aceitação permite inúmeras tentativas de solução de problemas, pois através
da interação no grupo eles se tornam mais claros.
Os terapeutas comportamentais costumam especificar problemas e
objetivos concretamente. Medem, também, as mudanças decorrentes, tanto de
comportamentos problemáticos como dos desejáveis, e empregam os princípios
de aprendizagem para facilitar mudanças relevantes. Geralmente, as técnicas
comportamentais são ensinadas independentemente da dinâmica do grupo,
mas de acordo com a análise do desenvolvimento dos problemas apresentados.
A situação terapêutica também controla o desenrolar das mudanças, e não se
recomenda seguir apenas um programa preestabelecido. Há alguns terapeutas
que preferem um programa estruturado para aumentar o efeito das técnicas
comportamentais empregadas e desencorajam a manifestação espontânea dos
participantes. Geralmente, centram-se em uma sequência operacional e trabalham
com problemas definidos: uma doença específica com pessoas no mesmo estágio,
problemas de separação de casais, e assim por diante. Há outros grupos, que se
denominam de apoio, voltados a problemas específicos, e os profissionais que os
coordenam não se consideram como terapeutas atuando stricto sensu.
Quem já participou de um grupo aberto, que precisa definir o problema, pode
ter ouvido frases, como as que ouvi como participante: “Estou sofrendo, me ajudem”.
Outra pessoa levantou-se do seu lugar e foi segurar a mão de quem falara. Duas horas
depois, o grupo ainda não havia escolhido com o que trabalhar. Levantei-me e saí.
Eu era conhecida como comportamental… E, portanto, teria gostado de analisar os
comportamentos que estavam sendo reforçados pelo grupo e a dificuldade de escolher
um objetivo nessa situação. Mas considerei que, se falasse, provocaria animosidades e
prejudicaria a linha teórica que escolhi, pelas bisbilhotices posteriores.
Na literatura comportamental, há relatos de experimentos segundo os
quais, quando o terapeuta reforça a expressão de sentimentos e solidariedade
entre os membros de um grupo, os sintomas melhoram, em comparação com
uma abordagem mais intuitiva e não planejada. Essa questão está em aberto
para investigação, e há opiniões divergentes.
Quando o papel causal do ambiente é compreendido, e clínicos
e pesquisadores dedicam-se a trabalhar com essa ideia, é inevitável o
desenvolvimento de estudos sobre os temas diversos e variações na condução
do grupo. Embora nem sempre os resultados sejam divulgados, os participantes
do grupo e terapeutas observam as consequências daquilo que realizaram e dos
comportamentos aprendidos, e as dificuldades existentes na evolução da terapia
ou de outro grupo com enfoque diverso.
Os estudos deste livro mostram isso. Nem sempre os leitores encontrarão
relatos de pesquisa, mas sim maneiras de trabalhar com os princípios de análise
do comportamento. Encontrarão, também, resultados obtidos nos grupos e
questões a serem investigadas em outros grupos, e talvez em estudos controlados
com protocolos bem definidos.
Os leitores identificarão, ainda, exemplos de comportamentos e
maneiras de agir, mantidas e eliminadas pelas variáveis do grupo que libera
as consequências momentâneas e positivamente reforçadoras ou punitivas. É
o reforçamento natural acontecendo, bem como generalizações e manutenção
do aprendido e o estabelecimento de estímulos discriminativos para novos
comportamentos.
O ponto mais importante é que, após 46 anos de análise do
comportamento no Brasil e 36 de trabalho de grupo, podemos ver que há
profissionais conduzindo grupos grandes e pequenos, sobre vários temas, e
sendo positivamente reforçados. Observamos, também, ter sido produzido um
livro com esse amplo conhecimento acumulado.

Informação adicional

Autor

Maly Delitti e Priscila Derdyk

Data de Lançamento

2020

Edição

2° Revisada

Idioma

Português

ISBN

978-85-89687-32-4

Número de Páginas

208

Tamanho

18 x 24

Tipo de Papel

Colchete fosco 90

Título

Terapia Analítico-Comportamental em Grupo